sábado, novembro 05, 2011

A idade e a razão

Esquecendo que também para nós os anos passam, muitas vezes nos preocupamos com os sinais de envelhecimento e senilidade daqueles que um dia foram jovens, belos e cheios de energia.

Nem sempre consigo olhar esses rostos e pensar na trajetória de suas vidas até chegar ao momento em que chegaram. Os seus olhos nem sempre deixam entrever o brilho do vigor passado e sua memória muitas vezes não traz de volta os feitos e a estória de suas vidas.

Ouvindo Paulo José numa entrevista, foi difícil reconhecer o artista 'desinquieto'  (como diz ele) naquele homem hoje cerceado pelo mal de Parkinson. Os seus movimentos e a sua fala prejudicados ainda mostram sinais do homem inteligente e criativo que sempre foi, mas saberá reconhecer isso quem nunca o viu em ação, ou não viu na tela o resultado de seu trabalho?

E nós, quando procuramos manter a saúde, quando procuramos os meios de conservar o nosso corpo em condições dignas, também buscamos a saúde mental? Quais são os exercícios que nos manterão mentalmente sadios? Quais são as atitudes que nos manterão emocionalmente estáveis?

A idade da razão
Envelhecer é bacana. Melhor dizendo, avançar nos anos é bacana por que a nossa compreensão de nós mesmos e do mundo aumenta numa proporção que nos dá a segurança de fazer e arriscar mais. Os anos de experiência nos permitem ousar sem pensar em ridículo, permitem-nos experimentar, permitem-nos sem dar bola prá torcida fazer o que queremos fazer.

Também importa menos ter razão. Bom mesmo é ser feliz, nem que isso pareça ridículo... No fundo, estamos cheios da razão, isto é, da razão e do direito à felicidade. Temos ou não direito à felicidade? Tenho ou não tenho razão sobre isso?

Cabe a nós, homens e mulheres, buscar a nossa felicidade . Mas no limite da razão! Não vá você, caro amigo/amiga, desembestar aí a fazer tudo o que lhe der na telha.  Os cacos podem cair bem na sua cabeça... 
 
A idade sem razão

Viver a vida à espera da decadëncia fisica e mental não deve ser agradável. Economizar vida também não vale - não existe poupança garantida. Desperdiçar saúde pode ser a pior decisão possível. O melhor deve ser viver o presente com intensidade, com os olhos sempre no futuro, a mente cheia de planos e o coração cheio de esperança.


Fotos e colagens: Bete Padoveze
Locais: Centro Cultural Martha Watts, Piracicaba; Jardim da Serra, São Pedro.

3 comentários:

  1. Bete, falei com o Rodrigo, dias atrás, sobre isso. Embora difícil "adquirir" mais idade,ficar lamentando esse fato é realmente deixar de aproveitar os bons tempos que poderemos viver e a oportunidade de aprendermos todos os dias. Legal sua crônica.

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  2. Bem ou mal, estamos aí ainda, cheias de vontade de viver e aprender!

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  3. Sei bem do que se trata...
    Bjs

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