quinta-feira, junho 20, 2013

Razão no. 25 - Festa da Negadinha da Usina





Foi em junho de 1998 que os ex-moradores e funcionários da antiga Usina Santa Bárbara organizaram a primeira Festa Junina da "Negadinha da Usina" (1), iniciada com uma missa em Ação de Graças celebrada pelo Monsenhor José Boteon. Foi uma festa muito bonita e emocionante para todos aqueles que puderam rever aquele local tão especial, marcante na vida de cada um. 



Missa de Ação de Graças - 1a. Festa da Negadinha da Usina - 1998 
Hoje a festa faz parte do calendário oficial de festas do município, promovida pela Associação dos Ex-Moradores da Usina e com apoio da Prefeitura de Santa Bárbara d'Oeste, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo.


Natal Prando, presidente da Associação, à esquerda (4)
No dia 16 de junho deste ano aconteceu a 16ª. edição, como sempre atraindo não apenas os ex-moradores e suas famílias mas muitos barbarenses e visitantes que gostam de uma festa popular, com muita comida e música.


Uma festa descontraída (4)
Os festejos começaram às 09h30min com uma missa na Capela de Nossa Senhora de Fátima, construção inacabada nas antigas instalações da usina, seguida do hasteamento do mastro dos Santos Juninos, apresentação da Corporação Musical União Barbarense, FAMAM, (Fanfarra Marcial Amigos), Azulão, Gilberto Minotti e Ruby de Abreu e Grupo Violado. As barracas de comes-e-bebes ficaram a cargo de algumas entidades assistenciais e da própria associação.
Missa na Capela de Nossa Senhora de Fátima (5)

Depois de benzido, o mastro dos Santos Juninos foi erguido  (5)
Uma outra atração da festa ao longo dos anos tem sido a exposição de fotos dos antigos moradores e suas famílias, provocando momentos de reminiscências e saudosismo - do trabalho na usina, da vida na colônia, do time de futebol CAUSB (3), dos bailes de coroação da rainha da usina, da Capela São Luiz...




Um passado glorioso (5)
Recordar é viver outra vez (5)
Baile de coroação da Rainha da Usina de 1955, Iara Erbolato (6)
Casas da Usina (Foto: Bete Padoveze out-2012)
À primeira vista, a Festa da Negadinha pode parecer apenas mais uma festa junina popular, agora adaptada ao gosto moderno. Mas vai muito além disso, já que surgiu da forte “vontade de memória” dos ex-moradores (2). Começou em 1997, quando dona Estela Araújo organizou um jogo de futebol com os antigos jogadores do CAUSB, entre eles seu marido, cujo sucesso levou o grupo a planejar um novo encontro, e mais outro, e ainda outro, tornando-se o que é a festa atual.

CAUSB - equipe de 1950 (6)
CAUSB - equipe de 1962  (6)
2a. Festa - 1999 (6)
4a. Festa, em 2001 (6)
7a. Festa, em 2004 (6)
9a. Festa, em 2006 - Apresentação da Orquestra Barbarense de Violas (6)
Nessas 16 edições, algumas mudanças foram ocorrendo, como a do local da missa, do hasteamento dos mastros e do espaço da festa, até das atividades que a compõem. Mas o princípio continuou o mesmo, pois recordar é reviver.
Em 2013 (5)
15a. Festa, em 2012, nos velhos barracões (7)
O Encontro da Negadinha da Usina, como é conhecido, quer recordar o período de grande atividade da Usina Santa Bárbara e manter os laços entre as famílias de seus funcionários e moradores. Ao mesmo tempo em que evoca e eterniza o passado, solidificando um espaço de memória da cidade, cria uma nova oportunidade para a população, que pode aproveitar horas de bom convívio e entretenimento à moda alegre da Negadinha!

Em 2013 (4)
Em 2012, nos antigos barracões (7)
Em 2013 (5)
Atualização em 16 de junho de 2019 - 22a. Festa da Negadinha 
Local: Antigos Barracões da Usina Santa Bárbara



 


Na saída da festa, um olhar para a linda capela da Usina. (Fotos: Bete Padoveze - 16/06/2019)
(1) Negadinha - regionalismo, parte do vocabulário caipiracicabano (*) Significado: turma, galera, grupo de pessoas com alguma afinidade. "Palavra com significado comunitário, indicando grupo, associação de pessoas, etc. Em Piracicaba, todas as pessoas têm a sua negadinha ou formam a sua negadinha. Assim, há a negadinha do Rotary, negadinha do Lions, negadinha da Maçonaria, negadinha do clube, negadinha do bar, etc. De uma certa forma, negadinha é uma espécie de confraria. Todos fazem parte de alguma.” (http://www.aprovincia.com.br/dictionary/negadinha/)

(*) Se deseja conhecer mais termos do vocabulário caipiracicabano, leia o livro "Arco, Tarco, Verva" do jornalista piracicabano Cecílio Elias Neto.

(2) Fonte: http://www.arquitetura.eesc.usp.br/sspa/arquivos/pdfs/papers/01535.pdf

Outras fontes de informação: sites da Prefeitura Municipal de Santa Bárbara d’Oeste e do Cedoc da Fundação Romi.

(3) Clube Atlético Usina Santa Bárbara - o famoso C.A.U.S.B. (de 1936 a 1969, mantido pela Usina Santa Bárbara)

(4) Foto extraída do site da Prefeitura Municipal de SBO

(5) Foto: Bete Padoveze 16jun13

(6) Foto extraída do site do Cedoc da Fundação Romi

(7) Foto: Eduardo Deffanti 17jun12



terça-feira, junho 04, 2013

Razão no 24 - Orquestra Barbarense de Violas


Não faz muito tempo que conheci a Orquestra Barbarense de Violas - foi por acaso, durante uma visita que fiz ao Museu da Imigração e foi uma surpresa bastante agradável! 


Ensaio no Museu da Imigração - 2005 (foto do site da OBV)
A Orquestra é relativamente nova - foi criada em 20 de outubro de 2001 pela iniciativa do maestro Giovanni Bonfim e com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo do município. 


Foto do site da OBV
"A cultura preservada é uma das maiores riquezas que um povo pode ter", diz Eberson Ferraz, o Binho, regente da orquestra. "É o que tentamos fazer com a música raiz".

Na Feira das Nações 2012 (foto: Bete Padoveze out12)
Hoje o grupo conta com cerca de 28 integrantes e participa de shows e eventos da cidade e região, divulgando a cidade de Santa Bárbara D’Oeste e a cultura músical sertaneja de raiz.

Na Feira das Nações (foto: Bete Padoveze - out2012)
Compõe-se basicamente de violões e violas, mas outros instrumentos também integram a orquestra, como contrabaixo, percussão e teclado, completando os arranjos. A experiência musical dos participantes e a troca de experiências são os pontos fortes para o crescimento do grupo.

A OBV em frente à Estação Cultural (2012)
A OBV tem dois CDs gravados e um DVD que será lançado em agosto deste ano, contendo, além de músicas, breves histórias da seresta, rádio, da música caipira, etc., e de pessoas que fazem e fizeram história em Santa Bárbara D'Oeste

O primeiro CD, lançado em outubro de 2010, mostrou 10 canções inéditas, compostas por barbarenses, com adaptações e arranjos dirigidos pelo Maestro Giovanni Bonfim.



O segundo CD foi lançado em outubro de 2011 em comemoração aos 10 anos da fundação do grupo, contendo 10 canções inéditas compostas por integrantes da Orquestra.
Foto extraída do site www.walterbartels.com


O DVD, já gravado em outubro de 2012, será lançado e distribuído em agosto e conterá regravações de 12 canções do primeiro e do segundo CD. Além da OBV, conta com a participação do Grupo Violado (também de SBO), da Orquestra Piracicabana de Viola Caipira, da Orquestra Sinfônica Ninho Musical (da Fundação Romi) e de crianças do CIEP Leonel Brizolla (SBO) tocando flauta, viola e violão. A produção do DVD esta sendo dirigida pelo regente Eberson Aparecido Ferraz, (Binho).

Canções do DVD:
Faixa 1 - Sinfonia Campineira - Joãozinho Goiana / Hermano Oliveira / Israel
Faixa 2 - No fole da sanfona - Jair Maxiamiano
Faixa 3 – O Ipê e o Bem-te-vi - José Antenor Correa
Faixa 4 - Lágrimas do rio - João Carlos Moreira
Faixa 5 - Rádio de pilha - Luis Antonio Trevisan
Faixa 6 - Que vi ta tudo certo - José Antenor Correa
Faixa 7 - Tudo tem onde ficar - Antonio Amaral
Faixa 8 - Triste retorno - Bettio
Faixa 9 – Com a viola no peito - Antonio Amaral
Faixa 10 - Prá fugir da poluição - José Jair Giollo
Faixa 11 - Som da natureza - Binho
Faixa 12 – Na Paz do anoitecer - Sergio Silva / Ademar Zério


Jair Giollo, amigo de longa data, é um dos integrantes da OBV e compôs uma das músicas gravadas (foto: Bete Padoveze - out2012) 

A música caipira, ou sertaneja, ou moda de viola, começou a ser produzida no Brasil a partir de 1910. Baseada na cultura caipira do interior de alguns estados, era composta e executada principalmente no campo, nas zonas rurais, usando como um dos instrumentos característicos a viola caipira. O tempo, o desenvolvimento da tecnologia musical, o deslocamento do homem do campo para as cidades e a popularização dos meios de comunicação foram determinando mudanças nos temas, nos arranjos e nas modalidades. Hoje pode-se falar em música caipira (ou sertanejo de raiz), sertanejo romântico e sertanejo universitário.

A Orquestra Barbarense de Violas ocupa-se principalmente da música caipira de raiz, que procura conservar a cultura folclórica do interior do país. Além de manter viva a tradição da música rural, o trabalho da OBV se junta aos demais artistas que vêem neste estilo musical a representação mais autêntica do homem do campo brasileiro.


Apresentação na Virada Cultural 2013, na Estação Cultural (foto de Eder Henrique)

Apresentação na Virada Cultural 2013 (foto de Eder Henrique)