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Fonte Luminosa circundada pelas árvores e bancos, no seu último ano - 1987 (foto de Antonio Carlos Angolini) |
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O encantamento produzido pela fonte luminosa, que produzia uma coreografia de luzes, cores e movimentos das águas, marcou importantes momentos de minha infância. Ao seu redor, bancos e árvores formavam uma clareira onde sombra e frescor proporcionavam um prazer simples e barato. Porém, com o passar dos anos, a fonte passou a ser apenas mais um monumento sem função ou com raros momentos de atividade.
Foto da Fonte Luminosa postada por Sônia Machado Robert no Facebook em 28/09/21
Na reforma de 1987 (**), realizada após plebiscito para obter o consenso da população, as modificações foram de grande monta, transformando a praça Cel. Luiz Alves num calçadão fechando as ruas Santa Bárbara e Dona Margarida, e ligando o largo da Matriz à mesma. No dia do plebiscito, estive lá votando 'não' - minhas razões: Santa Bárbara não é uma cidade que preserva monumentos do passado e, assim, destrói parte de sua história. Não se trata de saudosismo (como provam as cidades turísticas no Brasil e no mundo, que fazem de seu passado símbolos de arte, cultura e história, gerando inclusive atividade econômica), mas sim de manter o que é belo e bom, deixando a arquitetura moderna para os novos empreendimentos e projetos.
O fato é que ainda não encontrei quem me dissesse que votou a favor, e a reforma foi - e continua sendo - alvo de grande controvérsia (ver livro "Memória Urbana", de Maria Cecília Linardi - pág. 73 a 83).
Outros ajustes foram feitos, como em dezembro de 1999, quando a praça passou por um processo de revitalização com melhorias nos jardins, instalação de lixeiras com floreiras e projetores de luz para efeitos visuais nos espelhos d'água, etc. Esses espelhos d'água também foram objeto de polêmica, principalmente com o aumento da incidência de casos de dengue nos últimos anos.
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Em 2008, vista dos espelhos d'água (http://www.fotolog.com/sta_barbara/59178713/) |
Em nova revitalização, em junho de 2002 foram plantadas centenas de mudas coloridas e podadas as árvores, sendo novamente remodelada no final de maio de 2008.
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Ipê da praça central, um dos seus elementos marcantes (foto obtida do site da Comunidade Renascer) |
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Ipê em 2012 (foto: Bete Padoveze - 07.09.12) |
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Como em toda praça, há pombos (foto: Bete Padoveze - 07.09.12) |
Revitalização da Praça Cel. Luiz Alves em 2013
Em 2013 uma nova revitalização foi iniciada, eliminando os polêmicos espelhos d'água.
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Dona Margarida acompanha as reformas realizadas na Praça Cel. Luiz Alves (foto: Bete Padoveze 29.11.13) |
Hoje a praça conta novamente com dois caramanchões, com passarela de madeira, que darão um ar mais pitoresco ao local quando as plantas ao seu redor atingirem a altura adequada.
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Um dos caramanchões hoje (foto: Bete Padoveze - 12.10.14)
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Caramanchão em 1987 (foto de Antonio Carlos Angolini, obtida do site do Cedoc Fundação Romi) |
Outros elementos compõem a memória do passado da praça, ou melhor, praças: o Serviço de Alto Falante 9 de julho, o 'footing' de fim-de-semana, e o coreto onde bandas de músicos se apresentavam. (*)
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Coreto em 1917 (foto obtida do site do Cedoc da Fundação Romi)
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Coreto em 1930 |
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Coreto em 1987 (foto de Antonio Carlos Angolini)
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No local do coreto hoje há o palco para shows (foto: Bete Padoveze - 07.09.12) |
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Perdida a identidade do passado como ponto de encontro de famílias nos dias de folga, a praça central vem ao longo dos anos construindo uma nova personalidade, sendo palco de outros momentos da vida da cidade. Em dias normais é apenas um ponto de passagem para os pedestres; em dias especiais abriga eventos, shows, feira de artesanato, quermesse da igreja, feiras de livros, manifestações populares, e outros.
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Duo Morales - Circuito Sesc 2013, no palco da Praça Cel. Luiz Alves, tendo ao fundo o Posto da Guarda Civil Municipal (foto: Bete Padoveze 16.06.13)
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Teatro de Rua - Circuito Sesc de Artes na Praça Rio Branco (foto: Bete Padoveze - 16.06.13) |
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O charme das mesinhas para os jogos de baralho na praça (foto: Bete Padoveze - 12.10.14) |
Muitos barbarenses continuam fazendo questionamentos como: Onde estão os restos dos restos mortais de Dona Margarida que estavam sob o seu monumento? Qual foi o destino dado à famosa fonte luminosa? Os resultados finais do plebiscito foram adaptados ou os cidadãos contrários à mudança não se deram ao trabalho de manifestar a sua opinião?
Tarde demais para perguntas como essas, agora. O importante é valorizar e administrar o que temos hoje, cuidando para que nossa Praça Central não se transforme num local perigoso, sujo e descuidado. Isso cabe a todos que dizem amar nossa cidade.
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A Praça Cel. Luiz Alves hoje (fotos: Bete Padoveze - 12.10.14) |
Revitalização das Praças Cel. Luiz Alves e Rio Branco - dezembro de 2015 (fotos: Bete Padoveze - 26.12.15)
Com alargamento das calçadas, reasfaltamento de ruas, reabertura do tráfego para veículos no sistema 'calming traffic', colocação de piso intertravado, adição de novo caramanchão e bancos nas áreas de convívio, a praça central da cidade ganhou um aspecto renovado.
A revitalização do paisagismo a a pintura da guarita da Guarda Municipal e do palco trouxeram de volta o ar arrumado e agradável da nossa praça.
Infelizmente, as fotos tiradas no dia 26 de dezembro pela manhã mostraram uma realidade triste: apesar das muitas lixeiras espalhadas pela praça, parece que as pessoas ainda não aprenderam a usá-las - muita sujeira, como restos de embalagens, papeis, tocos de cigarros, jogados no chão a poucos passos dessas lixeiras.
Quando será que os cidadãos entenderão que o patrimônio público e sua preservação também dependem de cada um?
Atualização em 30.12.17 Quem foi à praça central neste final de ano não pôde deixar de ver como ela está bonita, muito florida e arrumada.
Fotos: Bete Padoveze - 29.12.17
Atualização em 04.12.18 Na comemoração do aniversário de 200 anos, tivemos a inauguração do Marco Zero da cidade.
João Leopoldo Padoveze e Luís Eduardo Deffanti contemplando o Marco Zero da Cidade, recém- inaugurado (foto: Bete Padoveze 04/12/18)
Uma praça bonita e limpa, preparada para a grande festa da cidade (fotos: Bete Padoveze 04/12/18)
O relógio marcou a contagem regressiva para o aniversário de 200 anos. (foto: Bete Padoveze - 04/12/18)
À noite, a cantata de Natal pelo Coral Municipal e o acendimento das luzes da decoração de fim de ano atraíram muitos barbarenses à praça central. Um pouco do velho espírito da cidade, com muitos amigos e conhecidos conversando, crianças brincando, carregando balões e comendo pipoca, pareceu ter renascido.
A Furiosa (Corporação Musical ...) deu o toque que faltava para esse retorno ao passado, com todas as luzes do presente!
Foto extraída da página do Facebook da Prefeitura Municipal de Santa Bárbara d'Oeste (04.12.18)
Atualização em 03/01/22 No Natal das Árvores, a praça central estava toda iluminada para receber os visitantes que, esperando o longo isolamento exigido pela pandemia se acalmar, foram aos poucos retornando às compras e aos passeios.
Fotos: Bete Padoveze (02/01/2022)
(*) Footing: o termo vem do inglês ‘ir a pé’ e acontecia entre os anos 1920 e 1960, principalmente nas cidades pequenas, quando as moças colocavam o melhor vestido e saíam para caminhar com um objetivo claro: ser observada pelos rapazes, igualmente bem arrumados e dispostos a arrumar uma namorada. Em SBO o footing era ao redor da Praça Cel. Luiz Alves, quando as moças andavam juntas em um sentido e os rapazes ficavam ao redor dessa 'procissão', olhando, dando sinais, mostrando interesse.
(**) A reforma foi entregue em 18.12.87.
Fontes:
- Cedoc Centro de Documentação Histórica da Fundação Romi
- "Memória Urbana - Uma Análise Espacial da Praça Central de Santa Bárbara d'Oeste, SP" - autoria: Maria Cecília Nogueira Linardi, 2001
- Inauguração da Fonte Luminosa, dados compilados por Antonio Carlos Angolini
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