domingo, fevereiro 12, 2012

A saudade é uma faca Ginsu

que corta o coração em fatias, às vezes lentamente, outras em corte rápido e preciso. De um lado ficam as fatias, umas tão finas que a gente mal percebe no momento, mas juntas depois formam um grande espaço vazio; outras são fatias tão largas que imediatamente lhe roubam  o peso necessário para bater diariamente.

A saudade é uma peixeira de aço que penetra profundamente no peito e, tentando retirá-la, ao sair vem rasgando a carne e dilacerando os nervos, provocando uma lancinante e insuportável dor.

A saudade é um anzol fino que um movimento leve e preciso faz prender ao coração - parece simples tirá-lo, mas ele se enrosca mais e mais e a cada tentativa aumenta o sangramento e a dor.

Inteligente, o coração aprende a se regenerar e a preencher o que lhe foi tirado, já que necessita continuar. Mas nenhuma parte dele renascida terá a mesma forma e composição da anterior: uma vez que se despedaça, jamais será o mesmo...

2 comentários:

  1. Bete, estou de acordo com vc, a saudade, as vezes dói muito. Momentos passados, pessoas, músicas, muitas vezes um perfume ficam ali, latentes sempre voltam a nos acordar para uma vontade doída de viver de novo. Mas, apesar do peso que a saudade representa, tem uma coisa importante: só temos saudades de coisas boas vividas. Essa lembrança, de certa forma nos faz ganhadores de momentos felizes que nos faz ter saudades deles. Imagine alguém que não sente saudade!!!

    ResponderExcluir
  2. Algumas saudades podem ser supridas por fatias generosas de retorno, reencontro, perdão.

    ResponderExcluir