domingo, junho 16, 2019

Razão no. 35: Alameda dos Seresteiros - Seresteiros de SBO


No dia 18 de janeiro de 2019 foi reaberta a Alameda dos Seresteiros, liberando o tráfego de veículos entre a Avenida Monte Castelo, em ponto próximo à ETA-1 – Estação de Tratamento de Água, e a Rua 13 de Maio.
Foto: Bete Padoveze - 02.06.19
D. Aurora Joanna Ricetto Padoveze, minha mãe, na Alameda dos Seresteiros 
(Foto: Bete Padoveze - 09.06.19) 
A Alameda dos Seresteiros, inaugurada em 13 de janeiro de 1979 pelo então prefeito Isaías Hermínio Romano, é uma homenagem aos seresteiros, intérpretes e compositores que sempre mantiveram a tradição da seresta em nossa cidade. Na ocasião, o acesso era apenas para pedestres e os bancos no local permitiam um breve descanso aos passantes. No dia da inauguração, para demonstrar o contentamento dos seresteiros da cidade pela homenagem, eles decidiram fazer um samba-canção, sendo o saudoso Antônio Duarte o autor da letra e da música.

Foto do acervo do Cedoc-Fundação Romi

Com o tempo, a população reivindicou a abertura para o tráfego de veículos, principalmente considerando que tanto a Avenida Monte Castelo como a Rua 13 de Maio, por serem muito longas, não permitiam uma alternativa de acesso rápido de uma para outra.


Atendendo essa necessidade e o desejo dos barbarenses, após revitalização do local a nova Alameda dos Seresteiros foi entregue à população pelo Prefeito Denis Andia, no ano em que Santa Bárbara comemora seu Bicentenário.

Foto do Jornal O Liberal - 04/01/19


A obra, executada em parceria com a iniciativa privada, ganhou acessibilidade com fluxo de veículos no sistema “traffic calming” e no sentido Avenida Monte Castelo para Rua 13 de Maio,  com sistema de internet gratuito e nova iluminação inteiramente por LED.



Foto: Bete Padoveze - 02.06.19

O toque especial é, sem dúvida, o sistema de som instalado e que funciona todos os dias, das 9 às 21 horas, tocando conhecidas serestas, em especial as compostas ou interpretadas por músicos barbarenses de várias gerações de seresteiros. Realmente foi uma agradável surpresa, digna de ser apreciada pelos barbarenses e visitantes. 

Alameda dos Seresteiros

Seresteiros barbarenses
A seresta já teve dias de glória em Santa Bárbara d’Oeste. Seresteiros famosos – intérpretes e compositores – mantiveram a tradição por muitos anos, surpreendendo as pessoas no meio da noite com as canções românticas e saudosistas.


Membros  do Grupo de Seresta Estrela D'Alva em confraternização no Clube do 9, celebrando o primeiro ano de existência em 06 de março de 1994: Darcy Bueno de Camargo, Mário Possato, Osmar e Alancardina, Joaquim, Jair Giollo, Alcindo Rodrigues dos Santos - Espanha, Chico Barroso, João da Dita, Mixirica, Toninho de Campos, Zezé Leite, Isabel Giacobbe, José Maria de Araújo Junior (prefeito na época), Doraci Pinha, José Maria Modenesi, José Renato Giacobbe, Lurdinha Giacobbe e Marina Furlan. Colaboração: Toninho de Campos. (Foto do acervo do Cedoc da Fundação Romi)

Nos anos 70, um grupo que gostava de tocar e cantar seresta: em pé, da esquerda para a direita, Toninho do INPS, Toninho de Campos, Antonio Carlos Gonçalves, José Maria Modenese, Dona Judith e seu esposo Arno e Mário Possato. Ao centro, Airton Boaretto, os irmãos Antonio Carlos "Mixirica" e José Renato Giacobbe. Sentados, Antonio Duarte "Toninho", Cleusa Godoy, Doraci Pinha e dona Nair, esposa de seu Mário Possato. Colaboração Joaquim Ferreira Rodrigues. (Foto do acervo do Cedoc da Fundação Romi)


Grupo de seresta na Praça Dona Carolina (Praça do Fórum): Violão, pandeiro, cavaquinho, flauta transversal: Antonio de Oliveira; Antonio de Campos; José Maria Modenese; Judith Rocha von Buetner; Antonio Carlos Aboriham Gonçalves; Arno von Buetner; Mário Augusto Possato; Aylton José Boaretto; Antônio Carlos Giacobbe; José Renato Giacobbe; Antonio Duarte; Doraci Pinha. (Foto do acervo do Cedoc da Fundação Romi)

Eu mesma já fiz parte de um grupo de seresteiros, chamado Grupo Romi de Seresta. Porém, o nosso foco na ocasião não eram apenas as canções de seresta tradicionais e, sim, uma abordagem mais ampla da Música Popular Brasileira.

Em 19 de dezembro de 1987, aniversário do programa “Pedacinho de Chão”, comandado por Eide Froner da FM Municipal, o Grupo Romi de Seresta apresentou-se no Auditório Municipal. Na foto: Lurdinha Giacobbe, Marta Padoveze, Mixirica, Bete Padoveze, Jair Giollo, Jose Renato Giacobbe, Antonio Carlos Gonçalves e José Bonfim. (Foto do acervo do Cedoc da Fundação Romi)

Grupo Romi de Seresta na Inauguração da II Romiarte em 19/08/1988. 
(Foto do acervo do Cedoc da Fundação Romi)

Grupo Romi de Seresta - show em 01/10/1988, no Anfiteatro Municipal. 
(Foto do acervo do Cedoc da Fundação Romi)


Grupo Romi de Seresta, quando de sua formação nos anos 80, em um show no salão social do Clube de Campo das Indústrias Romi, em 17.12.1988. Com o show “Brasil de todos os Cantos”, o grupo apresentou músicas retratando os estados brasileiros: Antonio Carlos Gonçalves, José Renato Giacobbe, Antonio Carlos Giacobbe, o saudoso Mixirica, Marta Padoveze, Bete Padoveze, Giovanni Bonfim, Lurdinha Giacobbe, Rosângela Bueno, Jair Giollo e Valdinei Piovezan. Ao fundo, José Bonfim. O salão do clube foi decorado com bandeiras de todos os estados brasileiros, mostrando a história de nossa música através do show. (Foto do acervo do Cedoc da Fundação Romi)

Não apenas a Alameda dos Seresteiros presta homenagem aos artistas barbarenses. A Sala do Artista Antonio Duarte (*) no Museu da Imigração, anteriormente ‘Casa do Artista Antonio Duarte’, então localizada na Praça João XXIII, perpetua na memória dos cidadãos a importância da seresta em nossa cidade, dando também oportunidade à pluralidade de manifestações artísticas.

Sala do Artista Antonio Duarte, no Museu da Imigração (Foto: Bete Padoveze - 04/08/2012)
Inauguração da Casa do Artista Antonio Duarte em 18/02/1984, pelo então Prefeito José Maria de Araújo Junior (Foto do Acervo do Cedoc da Fundação Romi)


A seresta está acabando?
Não enquanto houver corações querendo cantar a saudade em ritmo bem brasileiro. Assim, o Grupo Amigos Seresteiros desde 2002 vem reunindo amigos que têm o espirito seresteiro e, entre idas e vindas entre Santa Bárbara e Piracicaba, até hoje tem conseguido manter a tradição. 

No início eram apenas Liciane Pimenta, Rita de Cássia Mutti, o casal Florentino e Helena Pio, e outro casal. Os seis Amigos Seresteiros viram outros se juntando, outros participando temporariamente e hoje o grupo conta com 13 amigos. 

No início as serestas aconteciam no Natal, depois se expandiram para outras datas especiais, como Dia das Mães, dos Pais, aniversários, Seresta na Estação e shows na praça. 

O espírito seresteiro
O seresteiro quer levar emoção: feito o roteiro da noite e a seleção musical, sempre com som acústico, os seresteiros partem para cada local e na calada da noite cantam a primeira música (a ‘portinha’, onde incluem o nome do homenageado), mais uma música, e vão-se para o próximo local. O homenageado não precisa sair da casa, basta acender a luz, dando sinal que ouviu, e assim a missão está cumprida.


A seresta não é apenas ‘música antiga’. O grupo tem um compositor, Gilson Fernandes, de Americana, cujas músicas são incorporadas ao programa. Entre serestas, shows e até participação no carnaval na praça, os Amigos Seresteiros perpetuam essa tradição tão brasileira!!

Abaixo, o Grupo Amigos Seresteiros no seu primeiro ensaio na Alameda dos Seresteiros. E eu estava lá para registrar!


Liciane Pimenta, Gilson Fernandes, Rita de Cássia Mutti, Rogéria Fernandes, Florentino Pio, Helena Pio, Doraci Pinha, Marcos Antonio Gomes e Roseli Gomes - Primeiro ensaio do Grupo Amigos Seresteiros na Alameda dos Seresteiros - 15/06/19 (Foto 1: Bete Padoveze)


Ensaio do Grupo Amigos Seresteiros


Seresteiros de SBO
Alguns dos nomes de seresteiros de hoje e de ontem que consegui resgatar ou relembrar. Se você que me lê lembrar de mais alguém, mande-me um recadinho para que eu possa inclui-lo(a) - certamente a memória barbarense agradecerá!

Alancardina Padovani, Alcindo Rodrigues dos Santos - Espanha, Antonio Carlos Giacobbe (Mixirica), Antonio Carlos Aborihan Gonçalves, Antonio de Campos, Antonio de Oliveira, Antonio Duarte, Arno von Buetner, Aylton José Boaretto, Beni Galter, Chico Barroso, Cleusa Godoy, Darcy Bueno de Camargo, Doraci Pinha, Florentino Pio, Gilson Fernandes, Giovanni Bonfim, Helena Pio, Isabel Giacobbe, Jair Giollo, João da Dita, Joaquim, José Bonfim, José Maria Modenesi, José Renato Giacobbe, Judith Rocha von Buetner, Liciane Pimenta, Lurdinha Giacobbe, Marcos Antonio Gomes, Marina Furlan, Mário Augusto Possato, Maria Elisabete (Bete) Padoveze, Marta Maria Padoveze de Carvalho, Mário Modenesi, Nair Possato, Osmar Padovani, Rita de Cássia Mutti, Rogéria Fernandes, Rosângela Bueno, Roseli Gomes, Toninho de Campos, Valdinei Piovezan, Zezé Leite.

Reabertura da Alameda em 18/01/2019https://www.youtube.com/watch?v=rgy6jsqz8NM



(*) Antonio Duarte (Toninho Duarte) foi pintor de quadros, de paredes, cantor, músico, compositor, autor teatral, tendo se destacado regionalmente. Nasceu na cidade de Capivari a 7 de setembro de 1929, mas a família veio para Santa Bárbara ele tinha apenas 6 anos de idade.
Antonio Duarte, seresteiro


Atualização em 20 de junho de 2019A imagem pode conter: 1 pessoa, tocando um instrumento musical, violão e área interna

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