
Filho de diplomata, tinha modos elegantes e paciência em todas as situações. Comportava-se como um gentleman. A mim (como às outras mulheres do seu círculo mais próximo) abraçava com um entusiasmo cheio de energia próprio dos homens jovens. Fazia a gente se sentir apreciada e bem vinda.
Tínhamos conversado no dia anterior, eu reclamando da falta que ele me faria. Quem mais me socorreria com tanta propriedade nas minhas dúvidas? Dois dias antes, tendo marcado com ele uma breve visita à sua sala, desmarquei na última hora, sempre muito atarefada. Não lhe dei meu último abraço, do que sinto uma tremenda falta.
Ensinando-me lições de inglês por tantos anos, Waltinho ainda me ensinou a sua última lição - a de que é possível sermos úteis até o fim e, através do nosso trabalho, deixarmos aos que nos cercam não apenas memórias voláteis, mas a marca indelével de quem ensinou, orientou, aconselhou. A sua lição está aqui, impressa de forma profunda e definitiva. Cabe a mim agora transmiti-la aos meus.
Foto e Texto: Bete Padoveze 27.05.06
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