quarta-feira, setembro 26, 2012

Razão no. 9 - Feira Livre


Quando começo a pensar sobre as minhas 'razões', estou sempre com  o pensamento no futuro. Quero dizer, o futuro da minha cidade e das coisas boas que aqui encontro. Não um futuro sem mudanças, agarrado ao passado, mas um futuro onde o presente e o passado formam um composto perfeito.

E o que tem isso a ver com a feira? Tem, e muito. Numa era futurística de compras pela internet, de super-hiper-supermercados e sofisticados centros comerciais, quem ainda se interessa por ir à feira livre, que mais parece coisa do passado?  

Um pouco do passado em tempos modernos (Foto: Bete Padoveze: setembro 2012)
Há quem prefira trocar o refrigerante por uma garapa bem gelada, feita como em tempos passados (foto: Bete Padoveze - setembro 2012)


Muita gente, foi o que descobri. Por razões as mais diversas, inclusive a do maravilhoso contato humano entre fregueses e feirantes. Na feira a gente pode pechinchar, coisa que não se faz num supermercado. No horário restrito de funcionamento de uma feira livre é quase certo que vamos encontrar os mesmos frequentadores e, assim, tecer mais um fio em nossa rede de conhecidos.

A barraca onde meu pai sempre comprava queijos (fotos: Bete Padoveze - setembro 2012)
Provavelmente a gente encontrará lá as mesmas coisas que podemos comprar em outros estabelecimentos, onde temos carrinhos para ajudar no transporte e o conforto de pagar por todos os produtos de uma só vez (e com cartão!)  Mas não tem o sol, ou a chuva, ou as compras antes mesmo do café da manhã, ou o fim de feira. Isso, só lá, na feira.


As minhas lembranças vâo até lá atrás quando a feira era na Rua Duque de Caxias, cortada pela General Câmara, Osório, Prudente de Moraes e outras por perto. Depois foi transferida para o terreno em frente ao Teatro Manoel Lyra e finalmente fixou-se na Avenida Tiradentes, em frente à Estação Cultural. Documentos de 1965 da Câmara Municipal(1). falam de uma autorização de funcionamento da feira na Avenida Monte Castelo, que não sei realmente se aconteceu.

Tem gente que vai à feira somente para comer pastel. E tem até uma determinada hora em que o pastel da feira é o fim da festa - de madrugada (veja Pastel na Feira Livre - Crônica de 2005, na Revista Diversa).

Foto: Lea Minshull (maio 2005)
Eu gosto de ir à feira... hum, nem sei bem o porquê. Acho que é pela espontaneidade, autenticidade, pelo prazer do informal. Especialmente nos últimos meses do ano, onde a explosão de cores das frutas e legumes mostra a abundância possível na mesa do brasileiro.

Frutas,



Pimentas, ervas, temperos


 Mais frutas,

Quinquilharias, badulaques, acessórios, utilidades,


 Peixes, queijos, linguiças,

 

Legumes, verduras, 


Milho, curau, pamonha,



Roupas, tapetes, toalhas, chapéus, 


Ainda mais frutas,


E flores de plástico, que não morrem jamais... 

 

Descobri que tem mais gente como eu, que não quer que essas coisas acabem: a feira de SBO tem até perfil no Facebook!  Feira Livre de SBO no Facebook

Ela combina com arte também: a Estação Cultural promoveu em fevereiro deste ano o 1o. Festival de Fotografia Feira na Foto  em comemoração aos 55 anos da Fundação Romi. Veja as fotos no site da Estação e descubra olhares diferentes sobre o mesmo tema.  


E você, qual é o seu olhar?

Atualização: Fotos de Eduardo Deffanti em 15.05.16, às 5:30, durante a montagem e início da Feira Livre na área central da cidade























(1) CEDOC (A.C. Angolini e Lucas F. Ribeiro)
Texto, fotos e edição: Bete Padoveze

quarta-feira, setembro 12, 2012

Razão no. 7 - Parque dos Ipês


Para quem gosta de caminhar em locais tranquilos, enquanto repousa os pensamentos das pressões do dia-a-dia e ao mesmo tempo recarrega as baterias para o contínuo corpo-a-corpo que é viver num mundo moderno e exigente, o Parque dos Ipês de Santa Bárbara d'Oeste é uma boa opção.

Foto: Eduardo Deffanti - setembro 2012
Sem ser muito grande - sua área é de 72 mil metros quadrados, ou 7,2 hectares, é suficiente para um exercício reparador. Suas trilhas são leves e permitem um andar sem empecilhos ou riscos.

Foto: Bete Padoveze - setembro 2012
Em meio a muitas árvores e tendo como ponto principal um lago espelhado e tranquilo, pode-se caminhar, ou correr, ou exercitar-se, ou mesmo sentar-se e relaxar, ao som de uma música, conversando com um companheiro, ou mesmo ouvindo o calmo silêncio da natureza ao redor.

Foto: Bete Padoveze - setembro 2012
Foto: Bete Padoveze - setembro 2012
O Parque dos Ipês foi inaugurado em 1996 a partir de uma área alagadiça e cheia de mato atrás do Centro Social Urbano, a poucos minutos do coração da cidade (segundo ouvi dizer, ali por perto ficava a "Árvore do Tarzã"). Rapidamente tornou-se o favorito para muita gente que pedia por um local seguro para caminhar.

Foto: Bete Padoveze - setembro 2012
Foto: Bete Padoveze - setembro 2012
"Antigamente havia ali um verdadeiro ninhal de garças, mas o parque passou por uma grande reforma e infelizmente elas foram embora porque tiraram todas as árvores do lago. Mesmo assim, já encontrei ali espécies como, sanhaçu-cinzento, suiriri, tesourinha, alegrinho, príncipe, pica-pau-do-campo, pica-pau-verde-barrado, pica-pau-branco, sabiá-do-campo, chopim, biguá, biguatinga, martim-pescador, martim-pescador-verde, rolinha, pomba-de-bando, pombão, fim-fim, garça-branca-grande, garça-branca-pequena, carcará, bem-te-vi, andorinha-pequena-de-casa, lavadeira-mascarada, frango-d´água, socozinho e quero-quero, cambacica…" Blog: Bird Watcher - postado por Cláudia Covolan

Hoje ainda há muitas aves, inclusive domésticas, e as flores também se revezam conforme as estações do ano. Nas águas, peixes e tartarugas.

Foto: Bete Padoveze - setembro 2012
Foto: Eduardo Deffanti - setembro 2012
Foto: Eduardo Deffanti - setembro 2012
Foto: Eduardo Deffanti - setembro 2012
Foto: Eduardo Deffanti - setembro 2012
Foto: Bete Padoveze - setembro 2012
Foto: Bete Padoveze - setembro 2012

Em 2008, após passar por uma remodelação, foi reaberto ao público, que pode aliar às caminhadas exercícios nos aparelhos para ginástica. Pode-se também aproveitar as mesas e bancos existentes para um lanche ou mesmo para uma leitura tranquila. Enquanto isso, as crianças podem entreter-se no parquinho infantil. 

Foto: Bete Padoveze - setembro 2012 
Foto: Bete Padoveze - setembro 2012

É também no Parque dos Ipês que se localiza a sede do Grupo de Escoteiros Uirapuru.

Foto: Eduardo Deffanti - setembro 2012

Namorar, caminhar, exercitar, descansar, curtir a família, os amigos, são algumas das coisas que se pode fazer no Parque dos Ipês. A única coisa proibida lá é poluir - mas nem todo mundo consegue compreender a importância de se cuidar da natureza com o mesmo carinho com que se cuida do próprio corpo.

Foto: Eduardo Deffanti - setembro 2012

Bem tratada, a natureza nos devolve em beleza e majestade tudo o que lhe damos...

Foto: Bete Padoveze - setembro 2012

Foto: Bete Padoveze - setembro 2012
Foto: Bete Padoveze - setembro 2012
Não resisti à tentação e incluí aqui um vídeo de 2009 - primeiro, primeiríssimo, amador, amadoríssimo e cheio, cheíssimo de falhas - mas mostra um pouco do passeio de algumas aves nas águas calmas do lago. Vale pela linda música que incluí (do Gavin DeGraw). Dança das aves no Parque dos Ipês (Lay me on the water)

Endereço: Avenida Corifeu Azevedo Marques, s/n – Jardim Belo Horizonte (ao lado do Centro Social Urbano).

Atualização em 29/08/21
Sob o efeito da pandemia, o Parque dos Ipês esteve fechado por alguns meses em 2020, abrindo depois parcialmente. A partir de 17/08/21, voltou a abrir todos os seus portões em horário normal, para alegria de todos que curtem brincar, andar, exercitar ou simplesmente curtir o verde.

Passando pela calçada, pude parar para apreciar a linda visão dos ipês amarelos florescendo lá dentro:


Foto: Bete Padoveze 22/08/21