E o que tem isso a ver com a feira? Tem, e muito. Numa era futurística de compras pela internet, de super-hiper-supermercados e sofisticados centros comerciais, quem ainda se interessa por ir à feira livre, que mais parece coisa do passado?
Um pouco do passado em tempos modernos (Foto: Bete Padoveze: setembro 2012) |
Há quem prefira trocar o refrigerante por uma garapa bem gelada, feita como em tempos passados (foto: Bete Padoveze - setembro 2012) |
Muita gente, foi o que descobri. Por razões as mais diversas, inclusive a do maravilhoso contato humano entre fregueses e feirantes. Na feira a gente pode pechinchar, coisa que não se faz num supermercado. No horário restrito de funcionamento de uma feira livre é quase certo que vamos encontrar os mesmos frequentadores e, assim, tecer mais um fio em nossa rede de conhecidos.
A barraca onde meu pai sempre comprava queijos (fotos: Bete Padoveze - setembro 2012) |
As minhas lembranças vâo até lá atrás quando a feira era na Rua Duque de Caxias, cortada pela General Câmara, Osório, Prudente de Moraes e outras por perto. Depois foi transferida para o terreno em frente ao Teatro Manoel Lyra e finalmente fixou-se na Avenida Tiradentes, em frente à Estação Cultural. Documentos de 1965 da Câmara Municipal(1). falam de uma autorização de funcionamento da feira na Avenida Monte Castelo, que não sei realmente se aconteceu.
Tem gente que vai à feira somente para comer pastel. E tem até uma determinada hora em que o pastel da feira é o fim da festa - de madrugada (veja Pastel na Feira Livre - Crônica de 2005, na Revista Diversa).
Foto: Lea Minshull (maio 2005) |
Frutas,
Pimentas, ervas, temperos
Mais frutas,
Quinquilharias, badulaques, acessórios, utilidades,
Peixes, queijos, linguiças,
Legumes, verduras,
Milho, curau, pamonha,
Roupas, tapetes, toalhas, chapéus,
Ainda mais frutas,
E flores de plástico, que não morrem jamais...
Descobri que tem mais gente como eu, que não quer que essas coisas acabem: a feira de SBO tem até perfil no Facebook! Feira Livre de SBO no Facebook
Ela combina com arte também: a Estação Cultural promoveu em fevereiro deste ano o 1o. Festival de Fotografia Feira na Foto em comemoração aos 55 anos da Fundação Romi. Veja as fotos no site da Estação e descubra olhares diferentes sobre o mesmo tema.
E você, qual é o seu olhar?
Atualização: Fotos de Eduardo Deffanti em 15.05.16, às 5:30, durante a montagem e início da Feira Livre na área central da cidade
(1) CEDOC (A.C. Angolini e Lucas F. Ribeiro)
Texto, fotos e edição: Bete Padoveze
Sempre gostei da feira pelas mesmas razões que você citou, e mais uma: comprar temperos! Adoro aquela barraquinha que tem temperos de todos os tipos (ah, o perfume de cada especiaria!) e ervas para se fazer chás de vários sabores... hummm...
ResponderExcluirDeu vontade de ir à feira!
ResponderExcluirHum.... lembrei do queijo com doce de leite que meu trazia todos os domingos!!! Aliás, que Padoveze de verdade não vai lembrar de queijo??? hahahahaha
ResponderExcluirVocê me faz voltar nop tempo em que eu, também, acompanhava minha mãe,aqui em Campinas, nas suas compras de feira, que os supermercados ainda não eram moda. Tempos dificeis, compras controladas, orçamento apertado. Mas, ficou na minha lembrança todos esses detalhes felizes que vc descreveu. Bom que ainda teremos mais 41 razões. Abraços. Ricardo
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