Os
prédios antigos e rústicos exercem uma atração inexplicável sobre mim. Das
humildes casinhas até os grandes complexos, é coisa que não sei explicar muito
bem. Talvez por não parecerem frios como os edifícios modernos. Talvez por
esconderem histórias que eu, curiosa inveterada, anseio por conhecer. Talvez
seja o mistério do desconhecido...
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Construção na Usina Santa Bárbara (Foto: Bete Padoveze - out 2012) |
Os
barracões da antiga Usina Santa Bárbara têm isso: o charme das velhas
construções e uma história inteira ligada à nossa cidade...
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Antigas instalações da Usina (foto: Bete Padoveze - out 2012) |
Sou das
pessoas menos qualificadas para falar sobre a Usina Santa Bárbara, ou mesmo sobre
as suas antigas instalações. Não vivi lá nos tempos áureos da cultura de
cana-de-açúcar e produção de seus derivados em nossa cidade. Nem me lembro de
ter sequer visitado o local quando criança. Não tenho os elos que muitos de
meus amigos têm por terem vivido, ou trabalhado, ou virem de famílias que lá
trabalharam.
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A casa
grande, hoje parte do patrimônio do município, retrata o ciclo da cultura
canavieira em nossa cidade |
Sei que falam com saudade e
carinho dos velhos tempos, falam com amor.
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Foto: Bete Padoveze - Maio 2011 |
Um pouquinho de história não faz
mal a ninguém: começou lá pelos idos de 1877, quando o major João Frederico
Rheder adquiriu do Barão de Tatuí, intermediado pelo Dr. Prudente de Morais, áreas
da Fazenda São Pedro, o que marcou o início da fase canavieira da cidade. "Em
1883 foi montado o primeiro grande engenho. Em 1899 foi inaugurada a destilaria
de álcool. Em 1902, a destilaria começou a dar lugar à usina de açúcar e
álcool, inaugurada em 25 de julho de 1914." (dados do site da
Secretaria da Cultura) (1)
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Foto extraída do site da Fundação Romi |
A usina funcionou até 1995,
quando foi desativada. Além de estar muito próxima à área urbana, o que
dificultava sua expansão e desenvolvimento, havia outras usinas de maior porte
e do mesmo grupo em cidades próximas ou não muito distantes de Santa Bárbara.
Mais tarde foi vendida e em 2005 os novos proprietários doaram parte dela ao
município, incluindo os velhos barracões, numa espécie
de permuta relacionada à implantação de loteamento de outra área para
fins residenciais.
O "Santão" da Usina (foto de 1940 do Strazdin, publicada no Jornal Diário de Santa Bárbara, 06/04/1996, edição 2344, p.12 - Recordando, extraída do site da Fundação Romi).
Estátua
do Cristo Redentor, o "Santão da Usina", que ficava na estrada entre a cidade e a
usina, e que hoje fica em frente à antiga igrejinha. A estátua, inaugurada em
1930, foi importada da França pela Família Alves.
As antigas instalações passaram a
fazer parte do patrimônio do município e os antigos moradores foram deixando a
colônia.
Casas de moradores da usina
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Antigas instalações do Grupo Escolar Coronel Luiz Alves às margens da estrada velha de Piracicaba, hoje localizado na Vila Siqueira Campos (Foto: Bete Padoveze - Maio 2011) |
Assim, os velhos barracões foram
destinados pela municipalidade a abrigar festas e eventos, como a Feira das
Nações, a Festa da Negadinha,
exposições, desfiles, encontros, etc...
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Primeira Caminhada Cultural - março 2010 (Foto: Bete Padoveze) |
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Foto Eduardo Deffanti - junho 2012 |
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Festa da Negadinha Junho 2012 (foto Luís Eduardo Deffanti) |
Ao
visitar as antigas instalações da Usina Santa Bárbara, ficamos curiosos por conhecer o
perfil econômico de nossa cidade durante o ciclo canavieiro, do qual participaram também as usinas Cillos, Azanha e Furlan, esta última a única que ainda está em funcionamento.
Hoje, de todo esse periodo, quase tudo é só lembrança e saudade...
(1)
Os dados históricos foram pesquisados nos sites da Secretaria da Cultura de
Santa Bárbara d’Oeste e da Fundação Romi.
(2)
Negadinha da Usina: grupo de
antigos moradores de trabalhadores que mantém acesa a memória dos velhos tempos
Lembro-me de momentos importantes feitos na Usina:
ResponderExcluirAssistir jogo do CAUSB - Clube Atlético Usina Santa Bárbara
Jogar futebol no campo do CAUSB (pela equipe dos Marianinhos e da Constelação Mariana)
Encontro de Casais da Igreja Católica
Encontro de Jovens da Igreja Católica
Bete, eu sinto a mesma atração pelos velhos edifícios que vc comenta na sua cronica. Em anos passados visitei algumas vezes as instalações dessa Usina, já em processo de desativação. Ainda guardo as impressões de admiração que senti ao percorrer os edifícios fabris e residenciais. Aquelas paredes e jardins estão impregnados de muita história muito ligada à vida econômica de SBO. Os detalhes de sua pesquisa são importantes nesse sentido. Abraços. Ricardo
ResponderExcluirEu estou admirada com tantas coisas que ainda têm na Usina.
ResponderExcluirAcho que seria interessante saber um pouco mais sobre estre grupo da Negadinha.
A Usina fica aberta para visitação púbica regularmente?
KAZY
Tirei a foto em maio de 2011 e até então não sabia que essas antigas instalações às margens da estrada velha de Piracicaba eram do Grupo Escolar Coronel Luiz Alves, hoje localizado na Vila Siqueira Campos. Meu amigo Clodoaldo Fracassi foi quem me atualizou com esta informação. Obrigada, Clodo!
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