domingo, abril 30, 2006

Casa vazia



Chega de mansinho, levemente... Vem tímido, como se tivesse medo. Chega sem se deixar notar e encosta-se nas paredes para não ser visto. Mal ergue os olhos do chão, sem jeito como uma criança.

Aos poucos, consegue um lugarzinho e instala-se, mais seguro de si. Passeia o olhar pela casa, analisa, mede, raciocina. Depois levanta-se, olha com vagar pelos cantos, percebe as falhas, compreende os hábitos do dono, começa a entender sua vida.

Mais tarde pede um favor, aceita uma gentileza, torna-se agradável.

Depois pede mais. Tem sede. Tem fome. Quer ser agradado. Já não se pode lhe negar mais nada. Não é mais tão sorridente como na chegada, mas o dono se submete a ele, porque já tomou conta de tudo. Passa a ser o senhor. Pede muito. Exige demais. Não importa que faça chorar, que faça sofrer. Quer, apenas.

E o dono, agora escravo, sujeita-se na espera de um pequeno sorriso, de um aceno, de uma concessão.

E só muito tarde vai perceber que lhe ficou apenas uma casa vazia, assombrada de lembranças. Um coração solitário.


08.07.82
Foto: Casarão rua em Santos, 2001



sexta-feira, abril 21, 2006

Mistério




Há um vasto mundo
escondido
atrás da magia do teu olhar.

Há um denso mistério
oculto
na transparência dos teus olhos verdes.

Há uma doce ilusão
que teu olhar revela -
a ilusão do teu visível
e indevassável mistério.

Ah, quem dera derrubar
a barreira verde do teu olhar
e saltar no abismo profundo
da tua alma!

07.10.82
Foto: Bete Padoveze (MedCruise - maio2005)


 


sábado, abril 15, 2006

Velha esperança



Já é muito tarde. As luzes todas já se apagaram e eu fiquei ainda aqui sozinha, pensando, esperando.

Não há ruído algum - não os ouço. Ouço apenas o bater descompassado do meu coração intranquilo, apressado. Parece que não há vida nenhuma lá fora e, no entanto, há uma vida explodindo em mim. Há um quê de tristeza nessa escuridão, que me transporta e me faz voltar prá dentro, faz sentir o gosto ligeiramente amargo deste quietude.

No entanto, é bonito este silêncio. Não é vazio - ao contrário, este silêncio preenche o vazio todo e me reconforta. Este silêncio é concreto, pleno, é vivo!
-

























Ainda não consegui encadear os pensamentos e as horas, assim, demoram a passar. Tenho pressa de chegar ao desfecho e, aos tropeços, nada me parece claro. Preciso dormir. Quem sabe a manhã me traga luz nova...
-
Já ouço alguns ruídos. Já sinto acordar a mesma vida de todos os dias, o mesmo dia de todos os dias, o mesmo, igual, sempre.

Nasce porém em mim uma nova esperança. Ou é a mesma velha esperança, vestida de roupa nova...

31.08.82
Foto: Bete Padoveze (Dubrovnik, Croácia, 2005)

sexta-feira, abril 14, 2006

Doce saudade



Essa chuva fininha, esse cheiro de verde molhado, esse som dos pingos no telhado, despertou doces lembranças, trouxe um perfume, um sabor quase esquecido de dias felizes.

Horto Tupi, Piracicaba, 2002
É engraçado como essa saudade, acordada assim de repente, não dói. Creio que é porque retorna momentos intensamente aproveitados e dos quais não sobrou nenhum instante de arrependimento. Coisas que a gente viu, sentiu, viveu e que nos fizeram felizes.

Tem um gosto doce, esta saudade. Tem o mesmo cheiro puro dos dias que revive. Da chuva escorrendo nos vidros dos carros, das canções, das flores colhidas nos jardins, dos tombos na rua, das enxurradas. Sensações que o tempo não devolve, pois seria preciso nascer de novo para senti-las com a mesma pureza, com o mesmo sabor.


Trilhos Fepasa SBO, 2007

Um desses dias foi especial. Eu tinha dezesseis anos, tinha perdido o namorado e estava me sentindo muito triste. Por ocasião de um feriado, meu pai resolveu que iríamos pescar, como ele gostava de fazer sempre. Nós tínhamos um carro novo, desses que exalam cheirinho de coisa nova, que era nosso orgulho.

Os dias que antecederam o feriado foram de euforia e expectativa, como sempre. Gostávamos desses passeios e nos preparávamos com ansiedade.

No dia combinado, acordamos muito cedo para arrumar as coisas de que precisávamos. Já aí começava a festa. Prontos, instalamo-nos no carro: meu pai, minha mãe, quatro irmãos e eu, num fusca. Nem saímos da garagem e começou a chover. Meu pai parou e perguntou:

- Vamos assim mesmo ou ficamos?

Todos foram unânimes: fomos. E o que rimos, cantamos e brincamos superou a alegria dos demais passeios. Era gostoso ver a chuva fininha e a gente lá dentro, apertadinhos, aquecidos, unidos. Às vezes me dava um aperto no peito, quando me lembrava dele. Mas passava logo, logo.


Estrada volta Rio das Pedras, julho 2010
Chegamos ao local: descemos o barranco e ficamos o dia todo debaixo da ponte, pescando, apesar da chuva. Tínhamos pouco espaço a explorar e, por isso mesmo, dávamos mais atenção um ao outro. Não me lembro de nenhuma rusga, de nenhum momento negativo. Lembro, sim, que a volta foi deliciosa e chegamos em casa leves, felizes.

Alguns dias depois roubaram nosso carro. Isso nos trouxe dificuldades, mas passaram também.

Meu namorado também não voltou. Mas ficou a lembrança dele. Doce como esses dias de chuva...

Texto: Bete Padoveze (07.10.82)
Fotos: Bete Padoveze


Carta a meu pai



Passei pela janela aberta e vi seu vulto lá fora, se movimentando. Parei, olhei, e, de repente, percebi que quase não o conheço.

Quase não sei nada sobre você, pai. Sei apenas o que todos sabem. Sei do seu caráter retíssimo, do seu espírito livre, da sua calma e equilíbrio constantes. Sei dos seus gostos simples, do seus gestos tranqüilos, da sua alegria comedida. Conheço de você aquilo que muitos conhecem – sua vontade de trabalhar, sua determinação, seu bom humor, seu bom senso.


Não me lembro de vê-lo em momentos de ira, nem de saber que tomou decisões erradas em nosso nome. Sei que nas horas difíceis e cruciais de nossa vida você nunca se mostrou titubeante. Ao contrário, nessas horas é que você revelava toda a grandeza de que era constituído.

Mesmo quando ficava doente. Lembra aquela ferida na boca que não sarava? Exames, exames, ela melhorava; depois voltava. E você quieto, sempre quieto. Não nos deixava saber de sua preocupação. E nós a querer enxergar em seu rosto algum traço de desespero. Não havia. Você agüentava sempre qualquer situação.

Você sempre fazia algo por nós, pelos outros. Mas fazia sempre antes. E quando já não fosse possível fazer mais nada, você ainda era alguém com quem se podia contar.

Nunca vi você parado, pai. Nunca vi você se lastimando de sua vida, de seus problemas. Você não tinha tempo prá chorar – você trabalhava, você agia. E mesmo cansado, mesmo doente, você trabalhava, você agia.

Mas eu sei que não o conheço. Sei apenas que atrás de você tem uma história. Deve ser até triste, pois a vida sempre lhe reservou episódios doloridos. Deve ser a história de um homem que se moldou, que se construiu com firmeza e agora, depois de tantos anos, de muitos sacrifícios, pede muito pouco para si. Pede apenas uma vara de pescar e alguns minutos de paz.

26.08.82
(João Padoveze faleceu em 21 de agosto de 2002)

João Padoveze na casa da filha Marta

Janelas





















Abri uma janela. Abri, com dificuldade, uma pequena janela meio encrencada e velha, que me custou muito esforço. Há muito que venho tentando e as minhas mãos já estavam machucadas por isso. Mas não consigo descrever, nem vou esquecer jamais, a inebriante sensação de esperança que tive quando consegui movimentá-la. Valeu-me, esse sopro de futuro, todas as dificuldades.

Quando abri, devagarinho, aquela feia janela, que foi por tanto tempo a minha maior aspiração, não vi aquele dia ensolarado que esperava. Vi apenas um sol tímido e vacilante, medroso de romper a neblina da manhã. Mas havia sol e isso era bom! Havia sol e havia dia, havia sol e havia verde, havia sol e havia vida! Havia, em mim, a coragem que emprestei ao sol, que logo, logo, se tornou brilhante.

Por isso, amei aquele sol, um sol que a princípio temeu, mas depois ousou. Ousou mostrar toda a sua beleza e foi belo. Ousou se entregar à sua própria grandeza e foi grande.

-

Hoje abri mais uma janela. Custou-me menos e eu já não precisava ver o sol para enfrentar o dia. Bastava-me ver as coisas como elas relamente são, porque eu tinha suficiente coragem.

As minhas mãos continuavam doloridas do esforço anterior, mas havia nelas um orgulho das próprias dores, que só existe quando se faz tentativas.

Os meus olhos não esperavam um belo dia, porque já havia um sol interior. Os meus olhos viam com o coração, e este estava feliz da coragem que havia emprestado a outrem.

Meu coração vibrava mansamente, como quem já viveu e sofreu muito, mas ainda era um coração jovem.

-

Amanhã abrirei mais uma janela...



26.07.82
Foto: Bete Padoveze (2006 MedCruise)

terça-feira, abril 11, 2006

Bárbara


























Quase chego a vê-la, passinhos miúdos e rápidos, dedo na boca, olhos grandes e espertos, encostando de mansinho ao meu lado, na cama, à espera do abraço e do carinho de todos os dias. Quase chego a senti-la, o corpinho macio e cheiroso, atravessando a casa naquele jeitinho dengoso de menina sapeca. O corpinho delicado e firme, denotando, tão cedo, a mulher resoluta, alegre, carinhosa. Os pezinhos gordinhos, os dedos pequeninos. Miniatura de mulher. Criança com olhos de gente grande. Relembrar cada gesto, cada frase, cada momento, cada fase... Tanta vida em tão pouco tempo. Tanto amor. Tanta saudade, a reviver Bárbara todos os dias.

Seria amanhã (02/12), filhinha, que você viria novamente ao meu lado, esperando um outro abraço, e eu lhe diria “Feliz Aniversário”. Então todos juntos cantaríamos o “Parabéns a Você” e lhe daríamos nosso presente. Mas desta vez não vai dar. Fica pra outra vez, quando, um dia, a gente de novo de encontrar. Feliz aniversário, filhinha!

01/12/84

sábado, abril 08, 2006

À janela

 
























Caminhava apressadamente...

...imersa em planejamentos e situações virtuais, quando meu olhar mecanicamente detectou um movimento, uma sombra na janela aberta da casa antiga, rente à calçada. Também mecanicamente parei (a curiosidade é própria das mulheres e, em mim, meu melhor defeito).

Tudo quieto, apenas o dançar das cortinas se via. Com sentimentos de culpa pela intromissão na vida alheia, desviei o olhar, já a postos para retomar meu caminho. Foi o que fiz.

Subitamente, senti a mesma sensação de sombra, de movimento, talvez um certo calor. Diminui o passo e num espaço de segundos ponderei todas as razões – pró e contra – para voltar e olhar novamente. Ah, maldita curiosidade que me leva a atitudes impensadas. Soubesse eu aonde me levaria e jamais teria olhado, prestado atenção novamente...

Pela segunda vez nada vi. Mas louca não estava! É bem verdade que às vezes a esquisitice me acomete, os pensamentos se tornam criativos por demais e, mais que qualquer novelista da Vênus Platinada, crio enredos verdadeiramente mirabolantes. Porém, sem cacife e sem coragem, não concretizo minhas invenções. Pois bem, como disse, louca não estava e certamente havia algo naquela janela aberta rente à calçada que me interessava.

Fingi continuar, mas encostei-me às paredes e esgueirei-me por debaixo do peitoril para alcançar o outro lado, na tentativa de enganar quem quer que lá estivesse, a mangar de mim, inocente transeunte. Já criava (de volta a novelista) diálogos duros e moralistas para encher de vergonha o desocupado que estivera a me tocaiar. Fiz expressão séria de professorinha, que me custava manter. Pareceu-me uma eternidade o tempo que lá esperei – alguns segundos, e tornei-me tão impaciente quanto fico enquanto aguardo o meu pobre 486 responder aos comandos.

Um leve e cuidadoso ruído e então apareceu... Ele.

A casa era antiga e ele não era muito menos, mas os olhos miúdos e negros eram extremamente jovens, audaciosos e brilhantes.

Chamou-me. Fez perguntas. Como se tivesse me conhecido por toda a vida. Conseguiu um número de telefone. Aos poucos – a bem da verdade, muito rapidamente – entrou na minha vida.

E mais não conto, pois não posso. E se sentirem vontade de saber tudo o mais, volto a dizer: a curiosidade é terrível defeito! Em mim, o meu melhor....

Foto: Bete Padoveze (Casa do Povoador – Rio Piracicaba)
07/02/01

sexta-feira, abril 07, 2006

Pastel na Feira Livre


Você quer se divertir? Eu também. E quanto custa aproveitar a vida?

Num mundo em que tudo tem preço (e às vezes bem alto!), fazer algo prazeroso começa a se tornar difícil. E quanto maior o custo, maior o planejamento, maiores os cuidados para aproveitar ao máximo o valor envolvido. Viagens, idas ao shopping, ao cinema, jantares, teatros, passeios e noitadas demandam uma certa organização para que tudo corra como deve ser e que não reste aquela sensação residual incômoda, tipo “podia ser melhor pelo tanto que eu gastei”...

Pois é, às vezes divertir-se cansa! E estressa demais! Horas de espera, filas, trânsito, desencontros, decepções...

Mas nem tudo é assim. Tem gente que ainda consegue encontrar coisas mais simples para fazer, baratas e prazerosas. Há uma porção delas, acredite! E, veja, aqui mesmo, em Sbó. Eu sei que existem, também estou procurando encontrar todas... Como se diz que não há nada a se fazer em nossa não-tão-pequena-mas-um-tanto-provinciana cidade, fica aqui meu pedido e desafio para que o leitor me escreva dizendo o que gosta de fazer nas suas horas mais amenas.

Quer ver um exemplo? Aquela rapaziada que sai pela noite do sábado com amigos prá conversar, dançar, ficar nas avenidas, etc. - acabou a noite, acabou o gás, é hora de voltar prá casa dormir. Um pouco antes, a parada final - a feira livre. É claro que ninguém fará compras a esta hora, pois ninguém é de ferro – todos já estão cansados de se divertir. É apenas um pit-stop para recarregar até chegar em casa definitivamente. E, assim, uma paradinha na banca de pastel da feira livre dá aquela sensação de fim de tarefa, de satisfação, aquecendo o estômago para uma noite, digo, dia de sono. Aproveitando o momento, um caldo de cana tirado na hora acompanha o pastel quentinho, quentinho, e dá aquela sensação relaxante absolutamente indispensável. Dá tempo de jogar mais um pouco de conversa fora, diminuir o zunido na cabeça, chegar em casa mais inteiro.

Comer um pastel com caldo de cana na feira (ou com uma caçulinha, coisa nossa, de Sbó) é um dos costumes pitorescos que a cidade pequena exportou para as cidades grandes. Coisa boa, às 5 da manhã (ou mesmo antes, às 3, às 4), no fim da noitada, ou no começo do dia, para quem não é da noite. Uma festa depois da festa!


Foto: Lea Minshull (maio 2005)
Foto: Lea Minshull (maio 2005)
Como pano de fundo, o burburinho do início do trabalho na feira, gente montando barracas, pessoas chegando, o fechar da noite, o nascer do dia, meio-lua-meio-sol. A vida como ela é, sem muito brilho ou sofisticação, mas ainda assim charmosa pela sua autenticidade. O cheiro das frutas nas bancas, fácil de sentir ao passar pelas barracas. Charme e encanto ao alcance de todos – basta mudar um pouco os velhos hábitos, basta querer encontrar no simples o prazer muitas vezes tão difícil no complicado.

Depois, é só dormir e aproveitar o restinho do domingo.

Fotos: Lea Minshull
Texto: Bete Padoveze

Ipês


O frio traz seus encantos. Traz também mãos e pés gelados, e uma vontade inesgotável de hibernar. Dirceus, Genoínos, Valerios e agregados, numa sucessão de novos fatos que apenas repetem os velhos e conhecidos acontecimentos, aumentam o frio da estação – adicionam mais um banho gelado direto na cabeça, já meio entorpecida pela temperatura.   
Ipês na Avenida da Saudade

Quem sabe ao acordar na primavera a vida já terá melhorado.....
 
A cama é boa, mas a mente alerta: é preciso se mover, não ficar parado, a vida pede ação. O corpo reage contra, mas o velho hábito da luta vence o desejo do abandono ao ócio (como diz Domenico de Masi, o ócio pode ser criativo – acho que no mínimo cria o prazer de não fazer nada).
 
A caminhada pela avenida do cemitério Cabreúva aquece pés e mãos e clareia um pouco os pensamentos. Bom lugar para reflexões. Quem dera fosse assim o caminho do fim da vida: calmo e florido.
 
Quem sabe, na hora derradeira, quando a alma estiver se libertando do corpo, as borboletas amarelas do Gabriel Garcia Márquez cubram de poesia e colorido esse momento definitivo. Pensamentos funestos, mas a beleza e a quietude do lugar a eles induzem.



Ipê na Avenida da Saudade

Os ipês de SBO – amarelos vibrantes, brancos e rosas delicados, roxos magnificos contrastando com o iluminado céu azul – são um bom motivo para sair do aconchego e respirar o ar da cidade. Sem hora, sem compromisso, sem despesa.

Ipê na Avenida Tiradentes
Parece pouco, mas disso também é feita a vida, não apenas das coisas contáveis e mensuráveis.

Claro, as contáveis e mensuráveis também nos fazem felizes, e não são poucas. O número de filhos que temos – uma, duas, três.. ou mais boas razôes para vivermos. O número de anos em que vivemos com a pessoa amada. O número de dias em que amamos o nosso trabalho. As milhares de horas em que nos sentimos amados. A quantidade de minutos de duração do filme eletrizante que nos prendeu a uma outra realidade. O número de páginas do livro instigante que nos mostrou uma outra (realidade) ou nos abriu os olhos para a nossa própria. O número de ipês de Sbo, que ano após ano, inverno após inverno, saciam os nossos olhos com a beleza espontânea que tanto procuramos.


Ipê na Avenida Santa Bárbara

                                                                   ooooooooo

A esta altura, o inverno quase (ou já) passou, mas ainda uma ou outra cobertura arroxeada pode ser vista por aí. O que não acabou (e ainda perdura até a entrada da primavera) é a sucessão chocante de denúncias que maltratam o coração do cidadão brasileiro.


Ipê na Estação Cultural (antiga Fepasa)
Pois é, se eu tivesse hibernado e acordado somente na primavera, ao acordar certamente veria muito sol, muita luz, muito calor e o clima político do inverno infinitamente mais aquecido... As estações vão e voltam, mas no fim nada muda, tudo permanece o mesmo...
Ipê à margem do Ribeirão dos Toledos
Fotos: Bete Padoveze (Av. Saudade/SBO-maio2005)
Texto: Bete Padoveze